2 de fev. de 2025

O MURO INVISÍVEL

 

Ilustração-Pixabay (MarianaNistor35)

O MURO INVISÍVEL

O Custo da Política Anti-Imigrante de Trump.

Era uma vez um muro. Não um muro qualquer, mas um muro que, antes mesmo de ser construído, já dividia opiniões, sonhos e economias. Este muro, idealizado por Donald Trump durante sua presidência, não era feito apenas de concreto e aço, mas de ideias, medos e promessas. E, como todo muro, tinha dois lados: de um, a promessa de segurança e prosperidade; do outro, o risco de isolamento e perda. Mas o que muitos não perceberam é que esse muro, invisível e intangível, começou a ser erguido muito antes de qualquer trator tocar o solo. E seu impacto econômico? Bem, esse já estava em construção.

Trump, com sua retórica afiada e seu slogan “América First”, promete proteger os empregos dos americanos, fechar as fronteiras e renegociar acordos comerciais. A imigração, especialmente a ilegal, tornou-se o bode expiatório perfeito para problemas complexos como a estagnação salarial e o desemprego em certas regiões. Mas, ao mirar os imigrantes, Trump não apenas levanta bandeiras políticas xenofóbicas, mas também cria um arriscado experimento de esvaziamento econômico de proporções gigantescas.

Os imigrantes, como sabemos, são mais do que mão de obra barata. Eles são empreendedores, consumidores, pagadores de impostos e, muitas vezes, os protagonistas invisíveis da economia americana. Segundo estudos, imigrantes contribuíram com bilhões de dólares para o PIB dos Estados Unidos nas últimas décadas. Eles estão nas cozinhas dos restaurantes, nos canteiros de obras, nos laboratórios de pesquisa e até nas salas de aula. Mas, com a política Anti-Imigrante de Trump, esse fluxo vital começou a diminuir.

O primeiro impacto sentido é o setor agrícola. Fazendas que dependem de trabalhadores imigrantes, muitos deles indocumentados, irão ver suas colheitas murcharem antes mesmo de serem colhidas. O tomate fica mais caro, o leite também, e o sonho de uma América autossuficiente em alimentos pode começar a parecer cada vez mais distante. Os agricultores, muitos deles apoiadores de Trump, começarão a questionar: “Quem vai colher nossas frutas e vegetais se os imigrantes forem embora? ”

Mas o problema não termina aí. A indústria de tecnologia, outro pilar da economia americana, também sentirá o baque. Muitas das mentes mais brilhantes do Vale do Silício são imigrantes. Eles fundaram empresas como Google, Tesla e Microsoft. Com as restrições aos vistos de trabalho, muitas empresas começarão a levar seus escritórios para o Canadá ou a Índia, ou onde as políticas de imigração são mais amigáveis. O resultado? Menos empregos, menos inovação e menos impostos para os cofres americanos.

E o que dizer do turismo com seus setores de serviços gerais, auxiliares? Sim, como restaurantes, hotéis, ou até mesmo hospitais que dependem fortemente de trabalhadores imigrantes... Com menos imigrantes, os custos de contratação aumentam, os preços de salários sobem e também a qualidade do serviço cai. O consumidor médio, aquele mesmo que aplaudiu as políticas de Trump, começa a sentir o peso do muro invisível no bolso, não é mesmo?

Mas talvez o impacto mais insidioso será no espírito empreendedor dos Estados Unidos. Imigrantes são, por natureza, arrojados. Eles deixam seus países em busca de oportunidades, e essa coragem muitas vezes se traduz em novos negócios. Com menos imigrantes, o país perde não apenas trabalhadores, mas também sonhadores. E, sem sonhos, uma economia pode até crescer, mas dificilmente prospera.

O muro de Trump, seja ele físico ou ideológico, acabará se tornando um símbolo de uma economia em conflito consigo mesma. Ao tentar proteger o país de supostas ameaças externas, ele pode estar criado uma ameaça interna muito maior: o risco de isolamento econômico. E, como todo muro não apenas separa, divide, nesse caso também esconde e divide a complexidade da economia da interdependência global e que, no fim das contas, todos nós estamos do mesmo lado, não há como separar.

Assim, a crônica do muro invisível nos ensina uma lição valiosa: em um mundo conectado, erguer barreiras pode ser mais caro do que derrubá-las. E, enquanto o muro de Trump continua a ser discutido, seu impacto econômico já está escrito nas entrelinhas da história. Resta saber se, no futuro, ele será lembrado como uma solução ou como um problema ainda maior.

Pense bem nisso, afinal, historicamente falando, pelo menos nas ideias e revoluções culturais, os norte-americanos nunca levaram jeito de ser uma nação excessivamente retrógada. 


VÍDEO Youtube/Ninja


21 de jan. de 2025

A MEMÓRIA DA ARTE EM MORRO GRANDE

 

Ilustração-Pixabay-Kyraxys

A Memória da Arte Em Morro Grande


20 de janeiro. Morro Grande, mais uma vez, me acolhe em seus braços silenciosos. A noite, um concerto de sapos e grilos, me embala em um sono profundo. A manhã, um despertar suave com o canto dos pássaros. Uma rotina pacata da vida no interior.

Mas hoje, algo diferente se instalou em meu ser. Uma lembrança distante, um sonho vívido, me transportaram para um tempo e lugar completamente distintos: o Rio de Janeiro dos anos 70 e 80. E, de repente, como um raio luminoso, me vi em 1949, presenciando a primeira exposição de Arte Moderna na Cidade Maravilhosa.

A sensação era surreal. Aquele jovem de 1949, com olhos brilhantes de curiosidade, era eu. Caminhava pelas salas do museu, maravilhado com as cores vibrantes, as formas inusitadas e a ousadia das obras. Era um mundo novo se abrindo diante de mim, um universo de possibilidades artísticas que desafiava tudo o que eu conhecia.

Aquele sonho me fez refletir sobre a força da arte para transcender o tempo e o espaço. Aquele jovem de 1949, assim como eu hoje, buscava em cada pincelada, em cada escultura, um sentido para a vida, uma forma de expressar sua individualidade e de se conectar com o mundo.

Morro Grande, com sua tranquilidade, e o Rio de Janeiro dos anos 70 e 80, com sua efervescência artística, são apenas dois pontos em uma longa jornada. A arte, presente em todas as suas manifestações, é o fio condutor que une esses momentos tão diferentes.

Ao acordar hoje, com a memória daquele sonho ainda viva, senti uma profunda gratidão pela vida. A possibilidade de conectar-me com o passado, de vivenciar novas experiências, mesmo que em sonhos, me faz perceber o quanto somos ricos em possibilidades.

A arte, afinal, é a linguagem universal que nos permite transcender as barreiras do tempo e do espaço, conectando-nos com outras pessoas, com outras culturas e, principalmente, conosco mesmos. E é nesse encontro íntimo com a arte que encontramos sentido, beleza e inspiração para seguirmos em frente.

Em Morro Grande, no silêncio da natureza ou no tumulto da cidade grande, a arte sempre estará presente, pronta para nos surpreender e nos transformar.


8 de jan. de 2025

O ESPETÁCULO DA BARBÁRIE

 

Ilustração-Pixabay-lisaleo

O ESPETÁCULO DA BARBÁRIE.
 

Estava em Florianópolis, distante do quebra-quebra, mas a TV me teletransportava para o epicentro do caos. Brasília, a cidade planejada, agora era palco de um espetáculo grotesco, uma luta livre onde as instituições eram os lutadores e o povo, o público frenético, enlouquecido.

Lembro-me de quando estive lá, nos tempos do FHC. Uma multidão vibrante, mas pacífica, que clamava por mudanças. As ruas pulsavam com a energia da democracia, uma semente de esperança plantada no coração daqueles que queriam um futuro melhor. Mas o que via agora era a perversão daquela utopia.

A cena era grotesca, como um filme de terror de segunda categoria, uma exposição de vandalismo e hipocrisia. Os prédios, antes símbolos de poder, agora pareciam feridos de morte, sem poder reagir aos sucessivos golpes recebidos. A multidão, antes pacífica, agora era uma horda selvagem, destruindo tudo o que encontrava pela frente. E a polícia, os militares, em vez de proteger, parecia mais um ator coadjuvante nesse drama ultrajante.

A cada imagem, sentia um aperto no peito. Não era apenas a destruição material que me revoltava, mas a degradação moral. Aqueles que se diziam defensores da pátria agora a destruíam por dentro. Sim, a hipocrisia, essa velha conhecida, exposta em sua forma mais sórdida e crua.

A lembrança daquela manifestação pacífica em Brasília me servia de contraponto. Aquele dia, havíamos mostrado que era possível lutar por nossas ideias sem recorrer à violência. Mas o que víamos agora era a negação de tudo aquilo em que acreditávamos. Isso não era democracia, era o espetáculo da barbárie em franca folia destrutiva.


https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2025-01/politicos-e-jornalistas-revivem-8-de-janeiro-dia-entrou-para-historia

<Dois anos do 8 de janeiro: Imagens inéditas relembram terror>





6 de jan. de 2025

FERNANDA TORRES: Um Retrato Em Preto e Branco Em Mil Cores

Fernanda Torres posa com o prêmio de Melhor Performance de Atriz em Filme Dramático por "I'm Still Here" no 82º Globo de Ouro em Beverly Hills, Califórnia, EUA, 5 de janeiro de 2025. REUTERS/Mario Anzuoni.

 Fernanda Torres: 

Um Retrato Em Preto e Branco Em Mil Cores.


Fernanda Torres é um caleidoscópio humano, capaz de nos apresentar uma infinidade de facetas a cada nova interpretação. Sua voz, rouca e aveludada, nos envolve como um abraço quentinho em uma noite fria. Seus olhos, profundos e expressivos, contam histórias milenares, carregando a sabedoria de gerações. Em cada gesto, em cada palavra, a atriz nos convida a uma imersão profunda em suas personagens, fazendo-nos sentir a dor, a alegria, a esperança e a angústia como se fossem nossas.


Mas Fernanda Torres não se limita a ser apenas uma excelente atriz. Ela é uma artista completa, que transita com maestria entre o teatro, o cinema e a televisão. Seja interpretando uma mulher sofrida e resignada, uma comediante sagaz e irônica, ou uma intelectual inquieta e questionadora, ela sempre entrega atuações memoráveis, que nos marcam por muito tempo.


Sua trajetória artística é marcada por uma busca constante pela inovação e pela superação de seus próprios limites. Fernanda Torres não tem medo de experimentar, de se reinventar, de sair da sua zona de conforto. Essa coragem a torna uma artista singular e atemporal, capaz de conectar com públicos de diferentes gerações.


Ao assistir a uma atuação de Fernanda Torres, temos a sensação de estar diante de uma obra de arte em movimento. Seus personagens são como quadros vivos, cheios de nuances e detalhes que nos convidam a uma reflexão profunda sobre a condição humana. Ela nos faz rir, nos faz chorar, nos faz pensar, nos faz sentir. E é justamente essa capacidade de nos emocionar e de nos provocar que faz de Fernanda Torres uma das maiores atrizes brasileiras de todos os tempos.


Em um mundo cada vez mais superficial e imediatista, a arte de Fernanda Torres nos oferece um refúgio, um lugar onde podemos nos conectar com a nossa humanidade e com a beleza da vida. Seus trabalhos são como faróis que iluminam a nossa alma e nos mostram que a arte pode transformar o mundo.


Fernanda Torres é um ícone da cultura brasileira, uma mulher forte, inteligente e talentosa, que inspira gerações de artistas e de espectadores. Sua obra é um legado para a nossa sociedade, um tesouro que deve ser preservado e admirado.


A brasileira Fernanda Torres fez história neste domingo (5) e conquistou o prêmio de Melhor Atriz de Filme Dramático no Globo de Ouro 2025. A 82ª edição da premiação ocorreu no Beverly Hilton Hotel, em Los Angeles, nos Estados Unidos.

Infomoney

Forbes

Globo

MEU PRÓXIMO LIVRO...


Estou imerso na criação do meu próximo romance. A contagem de palavras já ultrapassou a marca de 150 páginas, mas ainda há um longo caminho pela frente. É como se os personagens ainda estivessem descobrindo a história junto comigo, moldando-a a cada nova cena. As reviravoltas são inesperadas e os mistérios se aprofundam a cada capítulo. Por enquanto, eles guardam os 
spoilers para si. É como se também me dissessem que podem mudar o roteiro que planejei. Há momentos em que eles fogem só para me deixar mais ansioso. No entanto, não esmoreço, nesses momentos aproveito para voltar ao design da capa do livro. Por enquanto, ela está assim…


💁... por isso ando ausente, não morri...