Imagem Arnedo Javier Pérez |
De qual maneira, saber de onde vim. E para onde vou, ainda mais por também
saber que o céu, as estrelas, toda essa imensidão sem começo, sem fim, até
parece uma sorte do acaso a gente estar aqui.
Eis infinita grandeza, amiúde, sem começo,
sem fim, a dizer-me dos universos de seres e órbitas existentes aqui e acolá,
como se vivêssemos e morrêssemos presos ao chão sem saber nem para qual fim a
razão de existir.
Que me resta eu querer acreditar se a minha
fé não é tanta, ainda que constato ser uma existência, ainda que se perceba o
mistério da morte ser também a náusea que me consome até o fim.
Que me resta saber se nem sei onde tudo
começa e termina, como então saber esse mistério? Eis minha dúvida, quiçá não
existe o nada, mesmo, apenas tão-somente, isso: o óbvio de continuar sem nada
saber!