A LUTA CONTRA A FOME NO MUNDO

Foto Ricardo Stuckert



 

“Somente quando for cortada a última árvore, 
pescado o último peixe, 
poluído o último rio, que as pessoas vão perceber que não podem 
comer dinheiro.”

(Provérbio Indígena)

Lula está certo em lutar contra a fome do país, também a fome no mundo. Ele também está lutando contra a devastação do meio ambiente planetário. Não se trata apenas de uma luta desse nosso tempo presente. É uma constante luta visionária, futurista, que se esforça em defesa do amanhã. 

A fome tem sido um problema milenar. Não foi à toa que o Homo sapiens deixou de simplesmente coletar o alimento do chão para se tornar um agricultor ou criador de animais domesticados, isso por necessidade de suprir as demandas tribais, daí o fim do processo nômade e surgimento dos primeiros agrupamentos, gerando povoados, cidades...

Evidentemente, hoje nada disso é bem assim. De lá para cá — (10 mil anos?) — a produção do alimento vem tentando resolver a capacidade de acabar com a fome de modo mais científico, ainda mais após a revolução industrial e agora, através da tecnologia de informática; porém, cada vez mais continuamos transformando o alimento em mercadoria de consumo e lucro do sistema capitalista. Nem assim, o problema da fome está sendo resolvido…

Sim, porque, além da riqueza acumulada em poucas mãos, hoje, quase 830 milhões de pessoas ainda passam fome no mundo. Isso sem mencionar as crises mais recentes, mais atuais, como a pandemia da covid-19, a guerra na Ucrânia e as constantes mudanças climáticas acontecendo no planeta.

Obviamente, aqui não entra apenas questão das lutas de classes; por exemplo: a antiga separação entre o proprietário feudal da terra e a troca do escravo pela servidão. Outro exemplo esse, aliás, ainda mais atual? Minorias de proprietários de riqueza natural e modernas tecnologias concentrando toda a economia globalizada somente de um lado, enquanto, de outro lado, uma grande massa de assalariados que não usufrui nem para suprir as necessidades básicas de viver dignamente.

Portanto, não se trata somente de defender bandeiras, de proteger fronteiras, de luta, de socialismo ou capitalismo, mas sobretudo entender que a gente habita um planeta que ainda tem vida, que ainda possui água potável, que ainda germina o alimento, porém não suporta mais a louca e veloz máquina do consumismo desenfreado.

Enfim, a gente precisa entender que a Terra é uma só; sem ela, não existirá nem mesmo o chão onde se planta a semente, nem a água do rio que sacia a sede, nem mesmo brotará alimento nenhum, nem nada…, então, será isso mesmo que a gente deixará para as futuras gerações? Não! Precisamos, também, viver como se houvesse o amanhã!





ASSIM RASTEJA A HUMANIDADE

 


Imagem de Layers por Pixabay


ASSIM RASTEJA A HUMANIDADE.


Quando eu era uma criança de pouca idade, isso lá por volta do início dos anos 60, lembro que muita gente ficava triste e preocupada ao saber que a mortalidade infantil estava aumentando devido a várias doenças infecciosas, como: pneumonia, meningite, sepse, sarampo, diarreia, rubéola, caxumba, difteria, tétano, coqueluche, enfim, uma vasta lista de doenças que deixavam nossas mães e pais de cabelo em pé.
 
Uma vez, também, lembro que minha avó estava chorando no quarto, escondida, isso porque recém ouvira no noticiário da rádio Guaíba, que havia morrido uma criança, mas assassinada em uma cidade vizinha, no interior do Rio Grande do Sul. Talvez fosse filha de uma amiga, não sei. Coitada, passou o resto do dia deprimida, abatida. Ela era comerciante e muito educada, mas esse dia não sorrira habitualmente a nenhum de seus fregueses, dissimulando estar resfriada.
 
Como é estranho e assustador esse mundo. Hoje, existe estatística informando número de crianças assassinadas no Brasil, isso a partir da década de 80, só como exemplo matemático, esclarecendo que entre 1980 e 2019, cerca de 130.000 crianças menores de 15 anos foram assassinadas no Brasil. Isso significa que, em média, 1.430 crianças foram assassinadas por ano neste período. O número de crianças assassinadas no Brasil tem aumentado ao longo dos anos. Em 1980, havia uma média de 740 assassinatos por ano. Em 2019, essa média subiu para além de 2 mil assassinatos por ano.

Sabe, voltando lá do passado, com aquela mesma imagem de sofrimento resumido em poucas palavras, percebo que minha avó não aguentaria tal descalabro, talvez morreria de tristeza se soubesse, que, hoje, a humanidade ainda estaria rastejando, ainda buscando a sanidade …   



unicef.org/brazil

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