ASSIM RASTEJA A HUMANIDADE

 


Imagem de Layers por Pixabay


ASSIM RASTEJA A HUMANIDADE.


Quando eu era uma criança de pouca idade, isso lá por volta do início dos anos 60, lembro que muita gente ficava triste e preocupada ao saber que a mortalidade infantil estava aumentando devido a várias doenças infecciosas, como: pneumonia, meningite, sepse, sarampo, diarreia, rubéola, caxumba, difteria, tétano, coqueluche, enfim, uma vasta lista de doenças que deixavam nossas mães e pais de cabelo em pé.
 
Uma vez, também, lembro que minha avó estava chorando no quarto, escondida, isso porque recém ouvira no noticiário da rádio Guaíba, que havia morrido uma criança, mas assassinada em uma cidade vizinha, no interior do Rio Grande do Sul. Talvez fosse filha de uma amiga, não sei. Coitada, passou o resto do dia deprimida, abatida. Ela era comerciante e muito educada, mas esse dia não sorrira habitualmente a nenhum de seus fregueses, dissimulando estar resfriada.
 
Como é estranho e assustador esse mundo. Hoje, existe estatística informando número de crianças assassinadas no Brasil, isso a partir da década de 80, só como exemplo matemático, esclarecendo que entre 1980 e 2019, cerca de 130.000 crianças menores de 15 anos foram assassinadas no Brasil. Isso significa que, em média, 1.430 crianças foram assassinadas por ano neste período. O número de crianças assassinadas no Brasil tem aumentado ao longo dos anos. Em 1980, havia uma média de 740 assassinatos por ano. Em 2019, essa média subiu para além de 2 mil assassinatos por ano.

Sabe, voltando lá do passado, com aquela mesma imagem de sofrimento resumido em poucas palavras, percebo que minha avó não aguentaria tal descalabro, talvez morreria de tristeza se soubesse, que, hoje, a humanidade ainda estaria rastejando, ainda buscando a sanidade …   



unicef.org/brazil

dw.com/brasil