8 de jan. de 2025

O ESPETÁCULO DA BARBÁRIE

 

Ilustração-Pixabay-lisaleo

O ESPETÁCULO DA BARBÁRIE.
 

Estava em Florianópolis, distante do quebra-quebra, mas a TV me teletransportava para o epicentro do caos. Brasília, a cidade planejada, agora era palco de um espetáculo grotesco, uma luta livre onde as instituições eram os lutadores e o povo, o público frenético, enlouquecido.

Lembro-me de quando estive lá, nos tempos do FHC. Uma multidão vibrante, mas pacífica, que clamava por mudanças. As ruas pulsavam com a energia da democracia, uma semente de esperança plantada no coração daqueles que queriam um futuro melhor. Mas o que via agora era a perversão daquela utopia.

A cena era grotesca, como um filme de terror de segunda categoria, uma exposição de vandalismo e hipocrisia. Os prédios, antes símbolos de poder, agora pareciam feridos de morte, sem poder reagir aos sucessivos golpes recebidos. A multidão, antes pacífica, agora era uma horda selvagem, destruindo tudo o que encontrava pela frente. E a polícia, os militares, em vez de proteger, parecia mais um ator coadjuvante nesse drama ultrajante.

A cada imagem, sentia um aperto no peito. Não era apenas a destruição material que me revoltava, mas a degradação moral. Aqueles que se diziam defensores da pátria agora a destruíam por dentro. Sim, a hipocrisia, essa velha conhecida, exposta em sua forma mais sórdida e crua.

A lembrança daquela manifestação pacífica em Brasília me servia de contraponto. Aquele dia, havíamos mostrado que era possível lutar por nossas ideias sem recorrer à violência. Mas o que víamos agora era a negação de tudo aquilo em que acreditávamos. Isso não era democracia, era o espetáculo da barbárie em franca folia destrutiva.


https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2025-01/politicos-e-jornalistas-revivem-8-de-janeiro-dia-entrou-para-historia

<Dois anos do 8 de janeiro: Imagens inéditas relembram terror>