img ilustração Pixabay |
O Tempo Roubado no
(6X1).
Desde os primórdios da civilização, o trabalho tem sido uma
constante na vida humana. Na antiguidade, a escravidão impunha jornadas
exaustivas sem qualquer direito. Na Idade Média, o servo da gleba estava preso
à terra, entregando a maior parte de sua produção ao senhor feudal. Com a
Revolução Industrial, as fábricas surgiram como verdadeiros monstrengos,
engolindo homens, mulheres e crianças em jornadas intermináveis e condições
degradantes.
No Brasil, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)
representou um avanço significativo, garantindo direitos como férias, 13º
salário e jornada de trabalho de 44 horas semanais. No entanto, a proposta de
aumentar a jornada para 60 horas semanais, com apenas um dia de descanso, nos
retrocede a uma época que acreditávamos ter superado.
A jornada de trabalho não é apenas um número em um contrato.
É tempo de vida, tempo que poderia ser dedicado à família, aos amigos, à
cultura, ao lazer, à educação. É tempo para recarregar as energias, para cuidar
da saúde física e mental. Ao aumentar a jornada de trabalho, estamos roubando
esse tempo precioso, condenando milhões de pessoas a uma vida de exaustão e
alienação.
Imagine um trabalhador que sai de casa às 6h da manhã e
retorna às 22h. Ele terá apenas algumas horas por dia para realizar todas as
suas atividades. Como ele poderá cuidar dos filhos, levar os mais novos para a
escola, preparar as refeições, fazer as tarefas de casa? Como ele poderá
encontrar tempo para se dedicar a seus hobbies, para ler um livro, para
assistir a um filme? Como ele poderá participar da vida comunitária, votar,
exercer sua cidadania?
A falta de tempo livre tem consequências sérias para a saúde
física e mental. O estresse crônico, a insônia, a ansiedade e a depressão são
apenas algumas das doenças relacionadas ao excesso de trabalho. Além disso, a
falta de tempo para o lazer e a cultura empobrece a vida das pessoas, limitando
suas experiências e suas possibilidades de desenvolvimento pessoal.
É preciso lembrar que o trabalho não é um fim em si mesmo,
mas um meio para se alcançar uma vida digna. Uma vida com tempo para tudo
aquilo que faz de nós seres humanos: amar, aprender, sonhar, criar. Ao defender
a redução da jornada de trabalho, estamos defendendo a qualidade de vida de
todos nós.
Aumentar a jornada de trabalho não é a solução para os
problemas econômicos do país. É preciso investir em educação, em ciência e
tecnologia, em infraestrutura. É preciso criar um ambiente de negócios mais
justo e competitivo, que incentive a inovação e a geração de empregos de
qualidade.
A jornada de trabalho de 60 horas semanais é um retrocesso.
É um ataque aos direitos dos trabalhadores e à dignidade humana. É hora de
dizer não a essa proposta e de lutar por um futuro em que o trabalho seja uma
fonte de realização e não de sofrimento.
Em resumo, a proposta de aumentar a jornada de trabalho para
60 horas semanais representa um retrocesso histórico, com impactos negativos na
saúde física e mental dos trabalhadores, além de limitar suas oportunidades de
desenvolvimento pessoal e social. É fundamental defender a redução da jornada
de trabalho e investir em políticas públicas que promovam a qualidade de vida e
o bem-estar da população.
img ilustração Pixabay |
Imagine, aqui não entrou nem o ‘Tempo (já) Roubado’ da aposentadoria!
A propósito... em que século
estamos, mesmo?