10 de jun. de 2022

TEMPOS NEGACIONISTAS NO BRASIL

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Negam o golpe militar de 64. Negam o atual golpe parlamentar. Também negam racismos. Negam os povos indígenas. E, como não haveria de ser, negam a esquerda, achando que só eles, a direita, deve existir. 

Para tanto, negam suas mentiras, suas injúrias, suas calúnias. Negam até a rachadinha, negam a corrupção em família. Também negam desmatamentos, queimadas, negam a fome, negam moradias, negam trabalho, negam direitos humanos, negam o direito trabalhista. Negam até o genocídio, as chacinas, negam a vacina, negam a constituição, o povo, a nação. Negam o voto eletrônico. Obviamente, negam a corte suprema, o estado de direito democrático, o cidadão, negam a coletiva de imprensa, negam a cultura, negam o debate, negam o petróleo é nosso, negam a nossa energia, soberania, enfim, negam e só negam, no entanto, somente não negam em dar o joiinha, polemizando ilusões mais ainda.








29 de mai. de 2022

ALGO FORA DO COMUM

 


















Chacina, milícia, asfixia. Fantasia, apologia, psicopatia, turbulência. Chacina, milícia, asfixia. Mesquinharia, esquizofrenia, moralista. Entrevista, hipocrisia, nada a declarar. Chacina, milícia, asfixia. Armadilha, rachadinha, punguista. Chacina, milícia, asfixia. Arminha, mentira, risadinha. Piadinha, balinha, cabecinha. Chacina, milícia, asfixia. Fundamentalista, extremista, terrorista. Nazista, fascista, exibicionista. Fakenista, gabinete do ódio, propagandista. Chacina, milícia, asfixia














Enfim, tem algo fora do mais comum atual, pode apostar que tem. Não serão as três palavras que se repetem quase o tempo inteiro na conjuntura da realidade social política brasileira?







28 de mai. de 2022

CONTOS DA ILHA - Onze Contos Reunidos






























Este é o primeiro livro de contos. São onze histórias narradas por Dan, um jovem de espírito carioca da zona norte ocidental da baía da Guanabara. Com certo lirismo bem-humorado, ele revela suas emoções e experiências vividas na juventude. Realismo intimista, e até mesmo “sacana”. São onze histórias independentes entre si, e divididas em duas partes. Elas se passam na Ilha do Governador, Rio, durante os anos 70.



Pela amazon, o livro é virtual, a entrega é online e imediata pelo preço de um café expresso, mas também pode ser adquirido o livro impresso da editora através da Amazon; porém, custo maior. No entanto, se preferir, também pode encomendá-lo direto pela editora da UICLAP. É mais em conta, preço menos. Leva de 10 a 15 dias pra receber o livro em sua casa. O motivo da demora é por ser a impressão sob demanda. Não há estoque, portanto requer o tempo operacional da gráfica e, lógico, o tempo normal do correio. Esse procedimento é mais ecológico. O livro não fica encalhado. Somente será impresso se houver o pedido de compra. 

Consulte o link abaixo. Para abrir a página, só precisa se cadastrar. Espero você.😌











7 de abr. de 2022

HOLODOMOR




 

Descobri o petróleo na década de 70. Foi no bairro do Zumbi, menor bairro do Rio. Fica na Ilha do Governador. Chamávamos de piche o óleo já processado. Existia em todo lugar, inclusive no calor do asfalto, quando sentíamos o piche amolecido sob nossos pés. O cheiro também era forte. Nessa época já existia a Transpetro na Ilha D'água[1]. Víamos os navios atracando e por vezes aconteciam vazamentos de óleo, as praias ficavam tomadas de manchas sobre as rochas costeiras, sobre as roupas e sobre nossas peles, então elas também passaram a existir em nossas vidas, cotidianamente.

O petróleo é muito antigo. Claro, não tão antigo quanto a idade do planeta. Este tem cerca de 4,5 bilhões de anos, já o petróleo, cerca de apenas 500 milhões de anos, pelo que andei lendo a respeito. Sua origem está relacionada à decomposição de seres orgânicos, especialmente plânctons, tipo adubo natural de baixo teor de oxigênio, também utilizado em jardins. Evidentemente, não como adubo doméstico, afinal a decomposição leva milhões de anos para se acumular em várias camadas no subsolo, isso inclui seus derivados, como o carvão mineral e o gás natural, todos formados pela decomposição de organismos vivos. Todavia, quando falamos sobre o petróleo, muitas pessoas têm a impressão de que essa substância somente apareceu na história com o advento da Revolução Industrial, como se tivesse sido fabricada em série também. Contudo, desde a Antiguidade, temos registros que revelam sobre a existência desse material utilizado em antigas civilizações. Os egípcios, por exemplo, utilizaram até para embalsamar seus mortos. Os povos pré-colombianos também utilizaram o produto em pavimentação de estradas. Na antiga Babilônia, fizeram isso, igualmente. Logicamente, extraíam das rochas de carvão. Porém, em 1850, na Escócia, James Young descobriu que o petróleo podia ser extraído do carvão e xisto betuminoso, criando processos de refinação. Então, em 1859, na Pensilvânia, nos Estados Unidos, as descobertas aumentaram. Nessa ocasião, aliás, foi perfurado o primeiro poço de petróleo do mundo. O nome do sujeito era Edwin Drake, também conhecido como Coronel Drake. Pode-se dizer, ali, que ele foi o primeiro a criar uma técnica de extrair o petróleo do subsolo. A partir daí a coisa engrenou de vez, tornando a produção já em escala industrial, tecnológica.

No Brasil, a existência do petróleo era com base no relato de populares durante os tempos do regime imperial, isso devido à extração de betume nas margens do rio Marau, na Bahia. Nessa época, chamavam o petróleo de lama preta, servindo como combustível de lamparina, inclusive realizaram-se testes e experimentos que atestavam a existência de petróleo nessa localidade. Contudo, (pra variar), ninguém possuía contatos influentes para investir em pesquisa. Na verdade, somente em 1932, o presidente Getúlio Vargas deu início ao achado, de modo que a descoberta foi cercada por uma série de medidas institucionais do governo brasileiro. Em 1938, a discussão sobre o uso e a exploração dos recursos do subsolo brasileiro viabilizou a criação do Conselho Nacional do Petróleo. Em suas primeiras ações, o conselho determinou várias diretrizes com respeito ao petróleo e determinou que a jazida pertencesse à União. Assim, no ano seguinte, o primeiro poço de petróleo foi encontrado no bairro de Lobato, Bahia. Obviamente, novos projetos governamentais saíram em busca de outros campos de petróleo ao longo do território brasileiro. Tanto é que, em 1941, o governo anunciou o campo de exploração petrolífera de Candeias, Bahia. E apesar das descobertas em pequena escala, em 1953, a oficialização do monopólio estatal sobre a atividade petrolífera, criou-se a empresa estatal Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras). Novas medidas ampliaram o grau de atuação da Petrobras na economia brasileira, então a empresa desenvolveu um projeto de extração, iniciando a exploração de petróleo em águas profundas.

Com o passar do tempo, o Brasil tornou-se uma das únicas nações a dominar a tecnologia de exploração petrolífera em águas profundas e ultra profundas. Aí, veja bem, o olho dos acionistas cresceu. Em 1997, durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, uma lei aprovou a extinção do monopólio estatal sobre a exploração petrolífera e permitiu que empresas do setor privado também competissem na atividade. Tal medida visava ampliar as possibilidades de uso dessa riqueza no mercado de ações.

Em 2003, a descoberta de outras bacias estabeleceu um novo período da atividade petrolífera no Brasil. A capacidade de produção de petróleo supriu 90% da demanda por essa fonte de energia e seus derivados no país. Em 2006, esse volume de produção atingiu patamares ainda mais elevados e conseguiu superar, pela primeira vez, o valor da demanda total da nossa economia. A conquista da autossuficiência permitiu o desenvolvimento da economia e o aumento das vagas de emprego. Melhor ainda: no ano de 2007, o governo brasileiro anunciou a descoberta de um novo campo de exploração petrolífera na chamada camada pré-sal, podendo dobrar o volume de produção de óleo e gás de combustível no Brasil. Contudo, diante da especulação do mercado internacional de preços, tal expectativa de lucros foi mais gananciosa no âmbito político e econômico do país. Aliás, isso já vinha ocorrendo na Venezuela, por isso o bloqueio econômico contra Nicolas Maduro. Nessa ocasião, Dilma Rousseff, reeleita presidenta em 2014, acusada de pedalada fiscal, sofreu o golpe parlamentar com apoio da mídia empresarial. Isso porque o Partido dos Trabalhadores mantinha uma política social de governo que, por norma ideológica, delimitaria lucros exorbitantes aos mais ricos, porém, em contrapartida, possibilitaria o desenvolvimento econômico aos mais pobres. Todavia, com apoio dos Estados Unidos, a Lava-Jato entrou em ação para interromper esse processo.

Hoje, isso ficou mais fácil do povo brasileiro perceber. Em 2023, a Petrobras irá completar 70 anos de existência. No entanto, Jair Bolsonaro quer a vender aos grupos privados a preço de banana (a mesma que ele exibia no cercadinho, lembra?), por entender que a empresa não traz lucro, somente dor de cabeça, assim como fora a Eletrobras, a Vale do Rio Doce para FHC, simples assim, não? Consulte, relembre, reflita, porque esta imagem ficará para sempre na História.



[1] Ilha localizada no interior ocidental da Baía de Guanabara, onde se realizam operações de cabotagem, facilitando o transporte de diversos produtos de petróleo.





5 de abr. de 2022

PRECISA DESENHAR?





 

Descobri o petróleo na década de 70. Foi no bairro do Zumbi, menor bairro do Rio. Fica na Ilha do Governador. Chamávamos de piche o óleo já processado. Existia em todo lugar, inclusive no calor do asfalto, quando sentíamos o piche amolecido sob nossos pés. O cheiro também era forte. Nessa época já existia a Transpetro na Ilha D'água[1]. Víamos os navios atracando e por vezes aconteciam vazamentos de óleo, as praias ficavam tomadas de manchas sobre as rochas costeiras, sobre as roupas e sobre nossas peles, então elas também passaram a existir em nossas vidas, cotidianamente.

O petróleo é muito antigo. Claro, não tão antigo quanto a idade do planeta. Este tem cerca de 4,5 bilhões de anos, já o petróleo, cerca de apenas 500 milhões de anos, pelo que andei lendo a respeito. Sua origem está relacionada à decomposição de seres orgânicos, especialmente plânctons, tipo adubo natural de baixo teor de oxigênio, também utilizado em jardins. Evidentemente, não como adubo doméstico, afinal a decomposição leva milhões de anos para se acumular em várias camadas no subsolo, isso inclui seus derivados, como o carvão mineral e o gás natural, todos formados pela decomposição de organismos vivos. Todavia, quando falamos sobre o petróleo, muitas pessoas têm a impressão de que essa substância somente apareceu na história com o advento da Revolução Industrial, como se tivesse sido fabricada em série também. Contudo, desde a Antiguidade, temos registros que revelam sobre a existência desse material utilizado em antigas civilizações. Os egípcios, por exemplo, utilizaram até para embalsamar seus mortos. Os povos pré-colombianos também utilizaram o produto em pavimentação de estradas. Na antiga Babilônia, fizeram isso, igualmente. Logicamente, extraíam das rochas de carvão. Porém, em 1850, na Escócia, James Young descobriu que o petróleo podia ser extraído do carvão e xisto betuminoso, criando processos de refinação. Então, em 1859, na Pensilvânia, nos Estados Unidos, as descobertas aumentaram. Nessa ocasião, aliás, foi perfurado o primeiro poço de petróleo do mundo. O nome do sujeito era Edwin Drake, também conhecido como Coronel Drake. Pode-se dizer, ali, que ele foi o primeiro a criar uma técnica de extrair o petróleo do subsolo. A partir daí a coisa engrenou de vez, tornando a produção já em escala industrial, tecnológica.

No Brasil, a existência do petróleo era com base no relato de populares durante os tempos do regime imperial, isso devido à extração de betume nas margens do rio Marau, na Bahia. Nessa época, chamavam o petróleo de lama preta, servindo como combustível de lamparina, inclusive realizaram-se testes e experimentos que atestavam a existência de petróleo nessa localidade. Contudo, (pra variar), ninguém possuía contatos influentes para investir em pesquisa. Na verdade, somente em 1932, o presidente Getúlio Vargas deu início ao achado, de modo que a descoberta foi cercada por uma série de medidas institucionais do governo brasileiro. Em 1938, a discussão sobre o uso e a exploração dos recursos do subsolo brasileiro viabilizou a criação do Conselho Nacional do Petróleo. Em suas primeiras ações, o conselho determinou várias diretrizes com respeito ao petróleo e determinou que a jazida pertencesse à União. Assim, no ano seguinte, o primeiro poço de petróleo foi encontrado no bairro de Lobato, Bahia. Obviamente, novos projetos governamentais saíram em busca de outros campos de petróleo ao longo do território brasileiro. Tanto é que, em 1941, o governo anunciou o campo de exploração petrolífera de Candeias, Bahia. E apesar das descobertas em pequena escala, em 1953, a oficialização do monopólio estatal sobre a atividade petrolífera, criou-se a empresa estatal Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras). Novas medidas ampliaram o grau de atuação da Petrobras na economia brasileira, então a empresa desenvolveu um projeto de extração, iniciando a exploração de petróleo em águas profundas.

Com o passar do tempo, o Brasil tornou-se uma das únicas nações a dominar a tecnologia de exploração petrolífera em águas profundas e ultra profundas. Aí, veja bem, o olho dos acionistas cresceu. Em 1997, durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, uma lei aprovou a extinção do monopólio estatal sobre a exploração petrolífera e permitiu que empresas do setor privado também competissem na atividade. Tal medida visava ampliar as possibilidades de uso dessa riqueza no mercado de ações.

Em 2003, a descoberta de outras bacias estabeleceu um novo período da atividade petrolífera no Brasil. A capacidade de produção de petróleo supriu 90% da demanda por essa fonte de energia e seus derivados no país. Em 2006, esse volume de produção atingiu patamares ainda mais elevados e conseguiu superar, pela primeira vez, o valor da demanda total da nossa economia. A conquista da autossuficiência permitiu o desenvolvimento da economia e o aumento das vagas de emprego. Melhor ainda: no ano de 2007, o governo brasileiro anunciou a descoberta de um novo campo de exploração petrolífera na chamada camada pré-sal, podendo dobrar o volume de produção de óleo e gás de combustível no Brasil. Contudo, diante da especulação do mercado internacional de preços, tal expectativa de lucros foi mais gananciosa no âmbito político e econômico do país. Aliás, isso já vinha ocorrendo na Venezuela, por isso o bloqueio econômico contra Nicolas Maduro. Nessa ocasião, Dilma Rousseff, reeleita presidenta em 2014, acusada de pedalada fiscal, sofreu o golpe parlamentar com apoio da mídia empresarial. Isso porque o Partido dos Trabalhadores mantinha uma política social de governo que, por norma ideológica, delimitaria lucros exorbitantes aos mais ricos, porém, em contrapartida, possibilitaria o desenvolvimento econômico aos mais pobres. Todavia, com apoio dos Estados Unidos, a Lava-Jato entrou em ação para interromper esse processo.

Hoje, isso ficou mais fácil do povo brasileiro perceber. Em 2023, a Petrobras irá completar 70 anos de existência. No entanto, Jair Bolsonaro quer a vender aos grupos privados a preço de banana (a mesma que ele exibia no cercadinho, lembra?), por entender que a empresa não traz lucro, somente dor de cabeça, assim como fora a Eletrobras, a Vale do Rio Doce para FHC, simples assim, não? Consulte, relembre, reflita, porque esta imagem ficará para sempre na História.



[1] Ilha localizada no interior ocidental da Baía de Guanabara, onde se realizam operações de cabotagem, facilitando o transporte de diversos produtos de petróleo.