6 de out. de 2025

"DEUS O LIVRE", POR QUÊ?

 

img IA via Microsoft Copilot 


“Deus o livre”, escutei. Era eu ou era alguém que pensava quando já despertava com o costumeiro zumbido levemente dentro das minhas orelhas também?

Sentei na cama e vi o notebook ligado, o relógio digital marcando quatro e quarenta e sete da manhã. Lá fora, ainda está tudo escuro sob a luz fraca do abajur… mas “Deus o livre”, por quê?

Ouço a chuva macia, o contraste dos graves, dos agudos, ressoando sobre o telhado, as paredes, a janela, entre os frisos da veneziana surge uma lagartixa e abocanha um cupim… “Deus o livre”, por quê?

Ao longe, um galo canta desafinado, repetitivo. Um grilo trina sob a relva, um coaxado, os pingos, o zumbido permanente… o que estava sonhando…? E “Deus o livre”, por quê?

Deu até impressão de a vida ser tão perigosa. Já nem sei mais quem está morrendo, se sou eu ou o mundo, lá fora. Se é a madrugada, a chuva, o galo, o sapo, o grilo… “Deus o livre”, por quê? 

Logo o dia vai raiar, mesmo que continue a chuva macia… logo vai cantar o sabiá, o bem-te-vi, a corruíra, a natureza é tão viva… ora, “Deus o livre”, por quê?
 
A vida já anda tão triste, tão pesada, com tanta fome, tanta guerra, matança… que já continuar vivo ficou tão difícil, viver… Será por isso o “Deus o livre, por quê?”