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Ilustração Pixabay |
UM DIA DE CONTRADIÇÕES.
Hoje, 12 de outubro, o Brasil se divide em duas celebrações:
o Dia das Crianças e o Dia de Nossa Senhora Aparecida. Enquanto famílias se
reúnem para celebrar a pureza e a inocência da infância, notícias de guerra
ecoam do Oriente Médio, nos lembrando do lado mais sombrio da humanidade.
Confesso que, apesar da alegria de estar cercado por meus
filhos e netos, um peso enorme se instala em meu peito. A cada sorriso
infantil, a cada abraço apertado, a imagem de crianças em outras partes do
mundo, aterrorizadas e órfãs, se torna cada vez mais presente.
Como podemos celebrar a vida em um mundo tão marcado pela
morte? Como podemos nos sentir felizes em um dia como hoje, sabendo que
milhares de pequenos corpos são dilacerados por bombas e balas? É uma
contradição que me atormenta e me faz questionar o sentido da existência.
Sinto-me privilegiado por ter a oportunidade de celebrar
este dia em família, mas também me sinto culpado. É como se estivesse
participando de uma festa em meio a um velório. A alegria parece deslocada
diante de tanto sofrimento.
Nossa Senhora Aparecida, símbolo de fé e esperança, nos
ensina a amar ao próximo como a nós mesmos. Mas como amar ao próximo quando ele
está tão distante, sofrendo tanto? Como manter a fé diante de tanta crueldade?
Neste dia, mais do que nunca, sinto a necessidade de rezar
por todas as crianças do mundo, especialmente por aquelas que estão sofrendo as
consequências de guerras injustas. Que a paz possa prevalecer e que todas as
crianças cresçam em um mundo livre de violência.
Que Nossa Senhora Aparecida interceda por nós, para podermos transformar este mundo em um lugar mais justo e humano. Sim. Que a alegria da infância possa ser um direito de todos, e não um privilégio de poucos.