A CADA DEZ ANOS


IMG by Natalia Serzhanova


Evidentemente, muita gente não sabe disso conscientemente. Quer dizer, até pode, sim, ter ouvido falar sobre isso, qualquer coisa a respeito, mas mesmo assim não faz nenhuma ideia do perigo pelo qual estamos passando. A coisa é grave, realmente. Porém, há de convir que também não devemos ser tão assim pessimistas, nem catastróficos. 

A Idade Média, por exemplo, não tinha a mesma quantidade de pessoas. No entanto, sentiam-se constantemente à beira do abismo, sempre com a expectativa de que o fim do mundo poderia ocorrer a qualquer momento. Esse pressentimento era constante, uma vez que a ciência ainda era muito limitada, e, nesse caso, até seria possível compreender. 

Descobrir que hoje, porém, lentamente, imperceptivelmente, estamos coletivamente nos suicidando chega a ser cruel, é verdade. E mesmo que seja algo involuntário, que isso não tenha nada a ver com a nossa própria pessoa, individualmente falando, é claro, isso provoca até um sentimento de culpa e inocência, simultânea.

No entanto, não se precisa ir tão longe, voltar ao passado. Se analisarmos nosso tempo contemporâneo, na situação atual em que nos encontramos, pelo menos desde a década de 70, ninguém precisará ser bom em matemática, tampouco entendedor de prognósticos e estatísticas. 

Para entender a sinuca de bico na qual todo mundo se encontra, basta verificarmos o progressivo aumento da população mundial na mesma proporção do CO₂, isso a cada dez anos, lógico. 

Façamos o cálculo, para não haver dúvidas.

Durante a década de 70, a concentração de CO₂ na atmosfera estava em 330 ppm (parte por milhão) e a população mundial era de 3,85 bilhões de habitantes. Dez anos depois, ou seja, durante a década de 80, a população mundial chegou a 5 bilhões de habitantes e o CO₂ na marca de 351 ppm. 

Durante a década de 90, mais dez anos depois, a concentração de CO₂ subiu para 367 ppm e a população já havia ultrapassado 6 bilhões de habitantes no planeta. 

Passados mais dez anos, novamente, já na primeira década do terceiro milênio, a concentração de CO₂ elevou-se para 396 ppm e a população mundial para além de 7 bilhões de habitantes. 

Bom, agora estamos na década de 20 do primeiro século do terceiro milênio. Sim, 2023, para ser mais exato no tempo. Pois bem, durante esta segunda década, em questão, a concentração de CO₂ já beira os 425 ppm e a população mundial em cerca de 8 bilhões de habitantes.

Portanto, da década de 70 (segundo milênio) até a década de 20 (terceiro milênio) se passaram apenas 50 anos. Na verdade, um gigantesco estrago no planeta em curto espaço de tempo, isso sem se considerar o avanço sistemático a partir da revolução industrial como referência de escala para uma análise mais profunda dos cálculos científicos e históricos na linha do tempo global desse desenvolvimento. 

Tudo bem, antes até havia desastres naturais de grandes proporções. Inclusive, dos tempos remotos se têm notícias históricas do fim de civilizações. São séculos e séculos de transformações, porém, eram mudanças que sucediam lentamente, com largo distanciamento, umas das outras. De uns tempos para cá, entretanto, ultimamente não tem sido mais assim. 

A cada dez anos, por exemplo, o clima do planeta vem se alterando alarmantemente. Muitas catástrofes vêm se somando e acontecendo com seguida frequência e maior intensidade, em todo o planeta. Todavia, hoje sabemos que não são mais causas exclusivamente naturais. Indiretamente, o ser humano está por trás. 

De fato, isso nos faz refletir seriamente. Estamos vivendo uma época de grandes responsabilidades com o que deixaremos para o futuro. Isso nos faz refletir, seriamente. De fato, estamos numa época de grande responsabilidade com o que deixaremos para o futuro. 





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AMOR ATÔMICO



Amor Atômico

É tão estranho se sentir feliz hoje em dia. Eu me sentia assim. Estranhamente feliz. Sim, era incrível. Parecia que todas as células do meu corpo concordavam com a minha felicidade, também.

Talvez, porque elas ainda estivessem anestesiadas pelo amor. Eu recém havia acabado de amar e agora estava sentado no portão de frente de casa. Tudo ali parecia um momento único, eterno. 

Atrás de mim, no alto da varanda, estava meu amor também olhando a rua. Eu havia a espiado de relance. Ela nem notou, estava observando toda aquela luz, se sentindo tão feliz como eu. 

Voltei a olhar a rua, os paralelepípedos dourados de sol, o brilho entardecido das árvores, os telhados quentes das casas, tudo era uma claridade fora do comum. 

De repente, sei lá, senti um arrepio inusitado. Achava-me estranhamente feliz porque, neste minuto de êxtase, bem-estar, também toda essa forte claridade havia tomado conta do mundo, de instante a outro.

Era como se tudo ali, naquela fração de segundo, agora estivesse sendo escaneado por essa luz magnânima, inclusive minhas células sentiram isso…

De repente, sei lá, não sei como tudo isso veio acontecer, não era mais o amor que achava que sentia, era algo mais estranho, acontecendo fora do meu alcance, dos meus sentidos, e nada mais acontecia em mim. 

Subitamente, então, percebi que se tratava do sentimento de perda que eu sentia pelo mundo ser destruído por uma explosão nuclear acontecendo, silenciosamente. 
Não havia mais o tempo, o espaço, não havia mais sentido algum em continuar vivendo aquele minuto estático. Eu e o meu amor continuávamos ali, paralisados, eu sentado no portão de casa e ela no alto da varanda, observando o dia terminar de maneira tão abrupta, inesperada. Parecia que a realidade não levou uma fração de segundo sequer. 

Instantaneamente tudo passou a ser escaneado, levando as nossas almas para bem longe, um lugar sem mesmo existir ainda aqui, embora, ainda assim, a gente continuasse ali, que por um segundo apenas, quase tornou-se um momento eterno, porém, que também havia passado por nós. 

 





 

O SERPENTÁRIO DO 'OVO DA SERPENTE'

 


A principal função dos serpentários é promover a preservação das espécies de serpentes, através da conservação, pesquisa e exibição. Os serpentários funcionam como um museu, onde as cobras são separadas e expostas em vitrines. Os visitantes podem aprender sobre as espécies, seus hábitos de vida e como elas estão ligadas ao meio ambiente. Além disso, os serpentários podem também servir como uma forma de controlar as populações de serpentes, fornecendo espaços seguros para elas viverem, enquanto, em simultâneo, preservando as espécies.

Os serpentários contribuem para a medicina fornecendo veneno de serpentes para a produção de antídotos e vacinas. O veneno é extraído e seguramente controlada, usado para a produção de soro antiofídico e medicamentos que tratam doenças cardíacas e algumas formas de câncer. Além disso, os cientistas usam o veneno para compreender melhor a biologia das serpentes e para desenvolver novos medicamentos para o tratamento de várias doenças.

Existem mais de 20 serpentários no Brasil. Também uma vasta bibliografia a respeito. No entanto, para criar um serpentário é necessário formação e treinamento, além de autorização ambiental para essa atividade, caso contrário é crime. Por exemplo, o que vem atualmente ocorrendo nas Forças Armadas Brasileiras, fornecendo apoio logístico aos extremistas e golpistas bolsonaristas.

Este não é o verdadeiro princípio das Forças Armadas. Ao contrário, elas servem pra defender a integridade territorial, a soberania e os interesses nacionais, bem como garantir a manutenção da paz interna ou o restabelecimento da ordem constitucional. Elas também são responsáveis por realizar operações de socorro em casos de catástrofe e de desastre natural. Estes são os verdadeiros princípios das Forças Armadas. Inclusive, assim atuaram com bravura no passado. Sim, devemos nos orgulhar.

A expressão "a cobra vai fumar" surgiu na cultura popular brasileira como uma maneira de se referir às pessoas que estão prestes a entrar em um acordo de negócios. Um jogo de palavras ao ato de "cobrar", a qual é uma referência a "negociar". A expressão, no entanto, sugere que a negociação será tão bem sucedida, que até mesmo uma cobra vai fumar de satisfação. 

Na Segunda Guerra Mundial, por exemplo, os soldados brasileiros usaram esta expressão popular para se referir ao combate que seria bem-sucedido. A ideia era 'botar pra quebrar, a coisa vai ficar feia'. Por isso, o Exército adotou a frase como slogan da Força Expedicionária Brasileira, constituída em 1943 para lutar na Europa, portanto, para proteger e defender a nação, no caso, contra o nazi-fascismo, de forma alguma para permitir baderneiros, vândalos e terroristas invadindo o Distrito Federal. 


Quadrilha comandada por Ibaneis, no DF, começa a ser caçada

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/almanaque/historia-segunda-guerra-origem-da-expresao-cobra-esta-fumando.phtml

http://memorialdademocracia.com.br/card/a-cobra-esta-fumando

https://incrivelhistoria.com.br/a-cobra-vai-fumar-1944/











A BESTA ACAMPADA

 

Acampamento golpista diante do QG do Exército (Brasília).
Crédito de Imagem: Lucas Neiva


Em Brasília, o acampamento da besta continua em frente ao (QG) do exército, imagina, já houve até terrorista querendo explodir aeroporto com dinamite.

Dizem que são são riquinhos(as), perfumadinhos(as), bonitinhos(as). Tem até refeitório, comida grátis, banheiro químico, de fato, uma classe privilegiada. Tem tempo pra vadiar. Não tem obrigação com nada. Nem horário de trabalho. Acho que nem família pra sustentar.

Sim, meia dúzia, ou mais, de empresário bancando toda essa mamata por trás. Meia dúzia, ou mais, de espertos financiando a turminha fanatizada, fantasiada de verde amarela. São patriotas, imagina! São patriotas querendo o caos, a confusão, a desgovernança total, quiçá uma guerra civil!

Sim, porque aí consegue tudo voltar como era antes: o regime militar, os militares no poder! Então, eles vão poder baixar a porrada, prender, matar a la von té, basta surgir algum esquerdista querendo se organizar.

Sim, vão dizer:

Que desaforo, imagina, armar barracas em frente ao QG? Mas nem pensar! Nesse caso, aí, sim, será proibido porque se trata de área militar, portanto, não se aproxime, aqui ninguém caga, ninguém mija, então continua circulando, circulando, a velha farsa, a velha hipocrisia de antes…

Poxa! Até quando essa palhaçada? 






O PAÍS QUE PRECISA SER

foto de Ricardo Stucker



Esta imagem diz muita coisa. O Povo, ao fundo, abrangente, a guarda solene às laterais, e, ao centro, a igualdade (mesmo havendo as diferenças). 

Na verdade, são os encontros dos povos, etnias, culturas, tradições, todas com seus dogmas, religiões, o modo de encarar a vida como ela o é. 

A subida do Lula como presidente da república, acompanhado da mulher, do indígena, da criança (negra), do deficiente físico LGBT. 

Enfim, artistas, trabalhadores, inclusive um cão de estimação, todo esse conjunto representando a simbologia atual sobre o que representa verdadeiramente o nosso país, a nossa gente brasileira, esse é o país diversificado que precisamos construir, esse é o país que precisa ser…