CORPUS CHRISTI



corpus christi

No mundo católico, todos sabem do feriado em que é celebrado o Corpo de Cristo. É sempre na quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade. Esse ritual sagrado é celebrado desde 1264. Foi o papa Urbano 4º que deu início à comemoração. Evidentemente, o Brasil nem existia nessa época, exceto os povos indígenas originários das (três) Américas, os quais já tinham seus próprios rituais sagrados, também. Todavia, com a chegada dos europeus, o 'mundo velho' iniciou a colonização sobre o 'mundo novo'. Fizeram isso no continente africano, também. Pois é, mas o tempo passou. Estamos no terceiro milênio, século XXI. E de lá para cá muita coisa mudou, inclusive a missa de Corpus Christi, também. Aqui no Brasil, por exemplo, ela é comemorada em várias cidades brasileiras através dos tapetes de serragem. Os fiéis reproduzem artesanalmente desenhos de cálices, pães, vinhos, enfim, imagens que simbolizam o sacramento da comunhão. É um espetáculo de criatividade artística à parte, pode-se dizer. Atrai muitos católicos e turistas de modo geral.

Pois bem, em véspera de 'feriado' o 'presidente' da república federativa do Brasil, em comentário de entrevista jornalística, declara que Jesus não comprou uma pistola porque não tinha naquela época.

Que disparate. Está certo que existem muitas religiões com suas respectivas comemorações, afinal, o Brasil é fruto de misturas de vários povos continentais, portanto, várias culturas, várias tradições e crenças dogmáticas, mas declarar isso no feriado de Corpus Christi, para quê?

Está bem, falemos das armas e de Jesus, então.

Evidentemente, durante a época de Cristo não havia pistola! Aliás, a pólvora só foi descoberta no século IX, ou seja, praticamente mil anos depois de Cristo. A descoberta foi acidental. O sujeito era um chinês alquimista e a prova disso são os antigos textos com essa advertência: cuidado ao misturar certos materiais mutualmente, a coisa pode explodir.

Por outro lado, isso não quer dizer que na época de Cristo não havia armas, que tudo era só Paz e Amor. Claro que não. Naquela época já existia arma, sim, como, por exemplo, espada, punhal, faca, facão, lança, dardo, arco, flecha, arpão, besta, funda, clava, obviamente isso tudo sem falar da armadura, escudo, capacete, cota de malha escamada, enfim, um arsenal de guerra que assustaria qualquer pacato cristão de boa família tradicional. E todo esse armamento era usado tanto para defesa ou ataque. No entanto, Jesus não curtia nem um pouco esse negócio de arma. A Bíblia Sagrada revela isso, afinal, alguns profetas do velho testamento chegaram, sim, a ter um certo conceito elevado sobre guerras e conflitos, muitos religiosos discutiam isso, mas Jesus condenou qualquer forma de uso de violência, mostrou que a violência cobra um preço muito alto de quem a utiliza.  Um exemplo? “E estando ele ainda a falar, eis que veio Judas, um dos doze, e com ele grande multidão com espadas e varapaus, vinda da parte dos principais sacerdotes e dos anciãos do povo. E eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão, puxou da espada e, ferindo o servo do sumo sacerdote, cortou-lhe a orelha. Então Jesus lhe disse: Mete a tua espada no seu lugar; porque todos os que lançarem mão da espada, pela espada, morrerão. ” Mateus 26:47, 51, 52; além disso, os discípulos de Jesus nos primeiros séculos após sua morte eram avessos à violência: “Se possível, no que depender de vós, sede pacíficos para com todos os homens”, (romanas 12:18). Mais um exemplo? Bem, é sabido que os primeiros pais da igreja, incluindo Tertuliano e Orígenes, afirmavam que os cristãos não podiam tirar uma vida humana, um princípio, aliás, que os impedia de fazer parte do exército romano. (The Encyclopedia of Religion).

Portanto, fica muito feio, mas muito feio mesmo (também desrespeitoso), um representante de uma nação dizer o que disse em um país de múltiplas crenças religiosas, como o nosso. Ainda mais depois de muitas mortes acontecidas em seu governo, prova disso tem sido a letargia na compra de vacinas contra a Covid-19. Aliás, é bom lembrar que muitas famílias ainda sentem as perdas de seus entes queridos, por certo mereceriam palavras de conforto, de carinho, empatia, seria o mínimo que um governante responsável, civilizado, poderia fazer, não é mesmo? Ainda mais em um dia santo!




TEMPOS NEGACIONISTAS NO BRASIL

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Negam o golpe militar de 64. Negam o atual golpe parlamentar. Também negam racismos. Negam os povos indígenas. E, como não haveria de ser, negam a esquerda, achando que só eles, a direita, deve existir. 

Para tanto, negam suas mentiras, suas injúrias, suas calúnias. Negam até a rachadinha, negam a corrupção em família. Também negam desmatamentos, queimadas, negam a fome, negam moradias, negam trabalho, negam direitos humanos, negam o direito trabalhista. Negam até o genocídio, as chacinas, negam a vacina, negam a constituição, o povo, a nação. Negam o voto eletrônico. Obviamente, negam a corte suprema, o estado de direito democrático, o cidadão, negam a coletiva de imprensa, negam a cultura, negam o debate, negam o petróleo é nosso, negam a nossa energia, soberania, enfim, negam e só negam, no entanto, somente não negam em dar o joiinha, polemizando ilusões mais ainda.








ALGO FORA DO COMUM

 


















Chacina, milícia, asfixia. Fantasia, apologia, psicopatia, turbulência. Chacina, milícia, asfixia. Mesquinharia, esquizofrenia, moralista. Entrevista, hipocrisia, nada a declarar. Chacina, milícia, asfixia. Armadilha, rachadinha, punguista. Chacina, milícia, asfixia. Arminha, mentira, risadinha. Piadinha, balinha, cabecinha. Chacina, milícia, asfixia. Fundamentalista, extremista, terrorista. Nazista, fascista, exibicionista. Fakenista, gabinete do ódio, propagandista. Chacina, milícia, asfixia














Enfim, tem algo fora do mais comum atual, pode apostar que tem. Não serão as três palavras que se repetem quase o tempo inteiro na conjuntura da realidade social política brasileira?







CONTOS DA ILHA - Onze Contos Reunidos






























Este é o primeiro livro de contos. São onze histórias narradas por Dan, um jovem de espírito carioca da zona norte ocidental da baía da Guanabara. Com certo lirismo bem-humorado, ele revela suas emoções e experiências vividas na juventude. Realismo intimista, e até mesmo “sacana”. São onze histórias independentes entre si, e divididas em duas partes. Elas se passam na Ilha do Governador, Rio, durante os anos 70.



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HOLODOMOR




 

Descobri o petróleo na década de 70. Foi no bairro do Zumbi, menor bairro do Rio. Fica na Ilha do Governador. Chamávamos de piche o óleo já processado. Existia em todo lugar, inclusive no calor do asfalto, quando sentíamos o piche amolecido sob nossos pés. O cheiro também era forte. Nessa época já existia a Transpetro na Ilha D'água[1]. Víamos os navios atracando e por vezes aconteciam vazamentos de óleo, as praias ficavam tomadas de manchas sobre as rochas costeiras, sobre as roupas e sobre nossas peles, então elas também passaram a existir em nossas vidas, cotidianamente.

O petróleo é muito antigo. Claro, não tão antigo quanto a idade do planeta. Este tem cerca de 4,5 bilhões de anos, já o petróleo, cerca de apenas 500 milhões de anos, pelo que andei lendo a respeito. Sua origem está relacionada à decomposição de seres orgânicos, especialmente plânctons, tipo adubo natural de baixo teor de oxigênio, também utilizado em jardins. Evidentemente, não como adubo doméstico, afinal a decomposição leva milhões de anos para se acumular em várias camadas no subsolo, isso inclui seus derivados, como o carvão mineral e o gás natural, todos formados pela decomposição de organismos vivos. Todavia, quando falamos sobre o petróleo, muitas pessoas têm a impressão de que essa substância somente apareceu na história com o advento da Revolução Industrial, como se tivesse sido fabricada em série também. Contudo, desde a Antiguidade, temos registros que revelam sobre a existência desse material utilizado em antigas civilizações. Os egípcios, por exemplo, utilizaram até para embalsamar seus mortos. Os povos pré-colombianos também utilizaram o produto em pavimentação de estradas. Na antiga Babilônia, fizeram isso, igualmente. Logicamente, extraíam das rochas de carvão. Porém, em 1850, na Escócia, James Young descobriu que o petróleo podia ser extraído do carvão e xisto betuminoso, criando processos de refinação. Então, em 1859, na Pensilvânia, nos Estados Unidos, as descobertas aumentaram. Nessa ocasião, aliás, foi perfurado o primeiro poço de petróleo do mundo. O nome do sujeito era Edwin Drake, também conhecido como Coronel Drake. Pode-se dizer, ali, que ele foi o primeiro a criar uma técnica de extrair o petróleo do subsolo. A partir daí a coisa engrenou de vez, tornando a produção já em escala industrial, tecnológica.

No Brasil, a existência do petróleo era com base no relato de populares durante os tempos do regime imperial, isso devido à extração de betume nas margens do rio Marau, na Bahia. Nessa época, chamavam o petróleo de lama preta, servindo como combustível de lamparina, inclusive realizaram-se testes e experimentos que atestavam a existência de petróleo nessa localidade. Contudo, (pra variar), ninguém possuía contatos influentes para investir em pesquisa. Na verdade, somente em 1932, o presidente Getúlio Vargas deu início ao achado, de modo que a descoberta foi cercada por uma série de medidas institucionais do governo brasileiro. Em 1938, a discussão sobre o uso e a exploração dos recursos do subsolo brasileiro viabilizou a criação do Conselho Nacional do Petróleo. Em suas primeiras ações, o conselho determinou várias diretrizes com respeito ao petróleo e determinou que a jazida pertencesse à União. Assim, no ano seguinte, o primeiro poço de petróleo foi encontrado no bairro de Lobato, Bahia. Obviamente, novos projetos governamentais saíram em busca de outros campos de petróleo ao longo do território brasileiro. Tanto é que, em 1941, o governo anunciou o campo de exploração petrolífera de Candeias, Bahia. E apesar das descobertas em pequena escala, em 1953, a oficialização do monopólio estatal sobre a atividade petrolífera, criou-se a empresa estatal Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras). Novas medidas ampliaram o grau de atuação da Petrobras na economia brasileira, então a empresa desenvolveu um projeto de extração, iniciando a exploração de petróleo em águas profundas.

Com o passar do tempo, o Brasil tornou-se uma das únicas nações a dominar a tecnologia de exploração petrolífera em águas profundas e ultra profundas. Aí, veja bem, o olho dos acionistas cresceu. Em 1997, durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, uma lei aprovou a extinção do monopólio estatal sobre a exploração petrolífera e permitiu que empresas do setor privado também competissem na atividade. Tal medida visava ampliar as possibilidades de uso dessa riqueza no mercado de ações.

Em 2003, a descoberta de outras bacias estabeleceu um novo período da atividade petrolífera no Brasil. A capacidade de produção de petróleo supriu 90% da demanda por essa fonte de energia e seus derivados no país. Em 2006, esse volume de produção atingiu patamares ainda mais elevados e conseguiu superar, pela primeira vez, o valor da demanda total da nossa economia. A conquista da autossuficiência permitiu o desenvolvimento da economia e o aumento das vagas de emprego. Melhor ainda: no ano de 2007, o governo brasileiro anunciou a descoberta de um novo campo de exploração petrolífera na chamada camada pré-sal, podendo dobrar o volume de produção de óleo e gás de combustível no Brasil. Contudo, diante da especulação do mercado internacional de preços, tal expectativa de lucros foi mais gananciosa no âmbito político e econômico do país. Aliás, isso já vinha ocorrendo na Venezuela, por isso o bloqueio econômico contra Nicolas Maduro. Nessa ocasião, Dilma Rousseff, reeleita presidenta em 2014, acusada de pedalada fiscal, sofreu o golpe parlamentar com apoio da mídia empresarial. Isso porque o Partido dos Trabalhadores mantinha uma política social de governo que, por norma ideológica, delimitaria lucros exorbitantes aos mais ricos, porém, em contrapartida, possibilitaria o desenvolvimento econômico aos mais pobres. Todavia, com apoio dos Estados Unidos, a Lava-Jato entrou em ação para interromper esse processo.

Hoje, isso ficou mais fácil do povo brasileiro perceber. Em 2023, a Petrobras irá completar 70 anos de existência. No entanto, Jair Bolsonaro quer a vender aos grupos privados a preço de banana (a mesma que ele exibia no cercadinho, lembra?), por entender que a empresa não traz lucro, somente dor de cabeça, assim como fora a Eletrobras, a Vale do Rio Doce para FHC, simples assim, não? Consulte, relembre, reflita, porque esta imagem ficará para sempre na História.



[1] Ilha localizada no interior ocidental da Baía de Guanabara, onde se realizam operações de cabotagem, facilitando o transporte de diversos produtos de petróleo.