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A Arte de Afundar o Próprio Barco.
Há uma certa
maestria perversa em como alguns governos parecem especialistas em cavar o
próprio buraco, e depois se surpreenderem quando caem nele. A sobretaxação de
Trump às exportações brasileiras, anunciada para agosto, não chega a ser um
raio em céu azul. É mais um capítulo previsível duma novela escrita com
tintas de irresponsabilidade e interesses escusos.
Lembro-me, não sem
amargura, do governo anterior. Enquanto o ex-presidente brincava de
negacionista e Moro distribuía sentenças como se fossem panfletos, o país
afundava. Mais de 700 mil mortos pela Covid, muitos deles vítimas do atraso
criminoso na vacinação. As empreiteiras, estranguladas por bloqueios
econômicos, levaram junto empregos e sonhos. A Petrobrás, entregue aos ventos
do mercado, virou um poço sem fundo para o bolso do trabalhador.
Agora, o filho do
mesmo ex-presidente, Eduardo Bolsonaro, decide fazer turismo conspiratório nos
EUA, alimentando teorias que só servem de munição para Trump. O resultado? O
magnata americano, sempre ávido por um 'bode expiatório', usa o Brasil como alvo
fácil. A taxa de 50% sobre nossas exportações não é só um golpe no agronegócio, mas o preço de uma diplomacia feita de improviso e servilismo.
É irônico. O mesmo governo que abraçou Trump como ídolo agora leva um chute do herói. O mesmo time que condenou o país ao caos sanitário e econômico agora assiste, de camarote, a mais uma crise que poderia ter sido evitada.
No fim, a lição é clara: quando se governa para interesses escusos, sejam eles de juízes midiáticos, milicianos ou adoradores de lunáticos estrangeiros, o preço sempre vem. E quem paga, como sempre, somos nós.
Isso precisa mudar, realmente. 😐