21 de jan. de 2025

A MEMÓRIA DA ARTE EM MORRO GRANDE

 

Ilustração-Pixabay-Kyraxys

A Memória da Arte Em Morro Grande


20 de janeiro. Morro Grande, mais uma vez, me acolhe em seus braços silenciosos. A noite, um concerto de sapos e grilos, me embala em um sono profundo. A manhã, um despertar suave com o canto dos pássaros. Uma rotina pacata da vida no interior.

Mas hoje, algo diferente se instalou em meu ser. Uma lembrança distante, um sonho vívido, me transportaram para um tempo e lugar completamente distintos: o Rio de Janeiro dos anos 70 e 80. E, de repente, como um raio luminoso, me vi em 1949, presenciando a primeira exposição de Arte Moderna na Cidade Maravilhosa.

A sensação era surreal. Aquele jovem de 1949, com olhos brilhantes de curiosidade, era eu. Caminhava pelas salas do museu, maravilhado com as cores vibrantes, as formas inusitadas e a ousadia das obras. Era um mundo novo se abrindo diante de mim, um universo de possibilidades artísticas que desafiava tudo o que eu conhecia.

Aquele sonho me fez refletir sobre a força da arte para transcender o tempo e o espaço. Aquele jovem de 1949, assim como eu hoje, buscava em cada pincelada, em cada escultura, um sentido para a vida, uma forma de expressar sua individualidade e de se conectar com o mundo.

Morro Grande, com sua tranquilidade, e o Rio de Janeiro dos anos 70 e 80, com sua efervescência artística, são apenas dois pontos em uma longa jornada. A arte, presente em todas as suas manifestações, é o fio condutor que une esses momentos tão diferentes.

Ao acordar hoje, com a memória daquele sonho ainda viva, senti uma profunda gratidão pela vida. A possibilidade de conectar-me com o passado, de vivenciar novas experiências, mesmo que em sonhos, me faz perceber o quanto somos ricos em possibilidades.

A arte, afinal, é a linguagem universal que nos permite transcender as barreiras do tempo e do espaço, conectando-nos com outras pessoas, com outras culturas e, principalmente, conosco mesmos. E é nesse encontro íntimo com a arte que encontramos sentido, beleza e inspiração para seguirmos em frente.

Em Morro Grande, no silêncio da natureza ou no tumulto da cidade grande, a arte sempre estará presente, pronta para nos surpreender e nos transformar.


8 de jan. de 2025

O ESPETÁCULO DA BARBÁRIE

 

Ilustração-Pixabay-lisaleo

O ESPETÁCULO DA BARBÁRIE.
 

Estava em Florianópolis, distante do quebra-quebra, mas a TV me teletransportava para o epicentro do caos. Brasília, a cidade planejada, agora era palco de um espetáculo grotesco, uma luta livre onde as instituições eram os lutadores e o povo, o público frenético, enlouquecido.

Lembro-me de quando estive lá, nos tempos do FHC. Uma multidão vibrante, mas pacífica, que clamava por mudanças. As ruas pulsavam com a energia da democracia, uma semente de esperança plantada no coração daqueles que queriam um futuro melhor. Mas o que via agora era a perversão daquela utopia.

A cena era grotesca, como um filme de terror de segunda categoria, uma exposição de vandalismo e hipocrisia. Os prédios, antes símbolos de poder, agora pareciam feridos de morte, sem poder reagir aos sucessivos golpes recebidos. A multidão, antes pacífica, agora era uma horda selvagem, destruindo tudo o que encontrava pela frente. E a polícia, os militares, em vez de proteger, parecia mais um ator coadjuvante nesse drama ultrajante.

A cada imagem, sentia um aperto no peito. Não era apenas a destruição material que me revoltava, mas a degradação moral. Aqueles que se diziam defensores da pátria agora a destruíam por dentro. Sim, a hipocrisia, essa velha conhecida, exposta em sua forma mais sórdida e crua.

A lembrança daquela manifestação pacífica em Brasília me servia de contraponto. Aquele dia, havíamos mostrado que era possível lutar por nossas ideias sem recorrer à violência. Mas o que víamos agora era a negação de tudo aquilo em que acreditávamos. Isso não era democracia, era o espetáculo da barbárie em franca folia destrutiva.


https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2025-01/politicos-e-jornalistas-revivem-8-de-janeiro-dia-entrou-para-historia

<Dois anos do 8 de janeiro: Imagens inéditas relembram terror>





6 de jan. de 2025

FERNANDA TORRES: Um Retrato Em Preto e Branco Em Mil Cores

Fernanda Torres posa com o prêmio de Melhor Performance de Atriz em Filme Dramático por "I'm Still Here" no 82º Globo de Ouro em Beverly Hills, Califórnia, EUA, 5 de janeiro de 2025. REUTERS/Mario Anzuoni.

 Fernanda Torres: 

Um Retrato Em Preto e Branco Em Mil Cores.


Fernanda Torres é um caleidoscópio humano, capaz de nos apresentar uma infinidade de facetas a cada nova interpretação. Sua voz, rouca e aveludada, nos envolve como um abraço quentinho em uma noite fria. Seus olhos, profundos e expressivos, contam histórias milenares, carregando a sabedoria de gerações. Em cada gesto, em cada palavra, a atriz nos convida a uma imersão profunda em suas personagens, fazendo-nos sentir a dor, a alegria, a esperança e a angústia como se fossem nossas.


Mas Fernanda Torres não se limita a ser apenas uma excelente atriz. Ela é uma artista completa, que transita com maestria entre o teatro, o cinema e a televisão. Seja interpretando uma mulher sofrida e resignada, uma comediante sagaz e irônica, ou uma intelectual inquieta e questionadora, ela sempre entrega atuações memoráveis, que nos marcam por muito tempo.


Sua trajetória artística é marcada por uma busca constante pela inovação e pela superação de seus próprios limites. Fernanda Torres não tem medo de experimentar, de se reinventar, de sair da sua zona de conforto. Essa coragem a torna uma artista singular e atemporal, capaz de conectar com públicos de diferentes gerações.


Ao assistir a uma atuação de Fernanda Torres, temos a sensação de estar diante de uma obra de arte em movimento. Seus personagens são como quadros vivos, cheios de nuances e detalhes que nos convidam a uma reflexão profunda sobre a condição humana. Ela nos faz rir, nos faz chorar, nos faz pensar, nos faz sentir. E é justamente essa capacidade de nos emocionar e de nos provocar que faz de Fernanda Torres uma das maiores atrizes brasileiras de todos os tempos.


Em um mundo cada vez mais superficial e imediatista, a arte de Fernanda Torres nos oferece um refúgio, um lugar onde podemos nos conectar com a nossa humanidade e com a beleza da vida. Seus trabalhos são como faróis que iluminam a nossa alma e nos mostram que a arte pode transformar o mundo.


Fernanda Torres é um ícone da cultura brasileira, uma mulher forte, inteligente e talentosa, que inspira gerações de artistas e de espectadores. Sua obra é um legado para a nossa sociedade, um tesouro que deve ser preservado e admirado.


A brasileira Fernanda Torres fez história neste domingo (5) e conquistou o prêmio de Melhor Atriz de Filme Dramático no Globo de Ouro 2025. A 82ª edição da premiação ocorreu no Beverly Hilton Hotel, em Los Angeles, nos Estados Unidos.

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MEU PRÓXIMO LIVRO...


Estou imerso na criação do meu próximo romance. A contagem de palavras já ultrapassou a marca de 150 páginas, mas ainda há um longo caminho pela frente. É como se os personagens ainda estivessem descobrindo a história junto comigo, moldando-a a cada nova cena. As reviravoltas são inesperadas e os mistérios se aprofundam a cada capítulo. Por enquanto, eles guardam os 
spoilers para si. É como se também me dissessem que podem mudar o roteiro que planejei. Há momentos em que eles fogem só para me deixar mais ansioso. No entanto, não esmoreço, nesses momentos aproveito para voltar ao design da capa do livro. Por enquanto, ela está assim…


💁... por isso ando ausente, não morri...


22 de dez. de 2024

O NATAL NOSSO DE CADA DIA

 

Salvador Dali (Detalhe)


O NATAL NOSSO DE CADA DIA.


Natal. Uma palavra que evoca sentimentos de alegria, união e esperança. Mas por que confinarmos essa magia há apenas um dia no ano? Por que não estender essa atmosfera de amor e fraternidade a todos os dias?

A verdade é que o Natal, em sua essência, transcende datas e calendários. É um estado de espírito, uma disposição para o bem, uma celebração da vida em todas as suas nuances. A troca de presentes, os enfeites coloridos, as músicas natalinas são apenas elementos que potencializam esse sentimento, mas não o definem.

Se pensarmos bem, todos os dias são oportunidades de celebrar a vida. Um sorriso sincero, um abraço apertado, ser um amigo, uma palavra de conforto a quem precisa, são pequenos gestos que transformam o nosso dia, o dia de alguém também.

A humanidade é o maior presente que podemos dar e receber. É a capacidade de se colocar no lugar do outro, de simpatizar, de amar incondicionalmente. E essa capacidade não tem data para ser exercida.

Se todos os dias fossem natais, o Natal perderia a graça? Um mundo onde a gentileza fosse a norma, onde a compaixão fosse a lei e onde a solidariedade fosse o lema? Um mundo onde cada encontro fosse uma oportunidade para celebrar a vida e fortalecer os laços humanos? 

Não precisamos esperar por datas especiais para praticar o bem. Podemos transformar cada dia em uma pequena celebração, um ato de amor ao próximo. Afinal, a verdadeira magia do Natal reside no coração das pessoas, esse coração pode ser tocado a qualquer momento, todos os dias!

Sim, um sorriso, um abraço, uma palavra de carinho… pequenos gestos de mudar o mundo, um dia de cada vez, todos os dias, pequenininho, miudinho, o natal nosso de cada dia, poxa, seria um grande Natal pra valer.