20 de ago. de 2024

CAPOEIRA

 
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Capoeira: Uma Dança de Raízes Profundas.

A capoeira, um tesouro cultural do Brasil, transcende as fronteiras do esporte e da arte marcial, revelando-se como um rico mosaico de história, música, dança e resistência. Nascida nas senzalas, onde a luta pela liberdade se manifestava dissimuladamente.

A capoeira é muito mais do que uma simples sequência de movimentos. É um grito de liberdade, um jogo de corpo e alma, um canto de identidade e uma celebração da cultura afro-brasileira.

Na roda de capoeira, o corpo se transforma em instrumento de expressão. Os movimentos fluidos e acrobáticos, a ginga hipnotizante e os golpes precisos formam uma linguagem única, capaz de contar histórias milenares. Mas a capoeira não se resume à técnica.

A música, com seus berimbaus, atabaques e pandeiros, cria um ritmo contagiante que guia os movimentos e alimenta a alma. A roda, por sua vez, é um espaço sagrado onde se estabelecem laços de amizade, respeito e companheirismo.

Mais que uma luta, a capoeira é uma filosofia de vida que valoriza a disciplina, a humildade, a inteligência e o respeito ao próximo. O capoeirista não busca apenas a perfeição técnica, mas também o aprimoramento pessoal e a conexão com suas raízes.

Ao praticar capoeira, ele resgata a memória de seus ancestrais e contribui para a construção de um futuro mais justo e igualitário.

Reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, a capoeira é um bem precioso que deve ser preservado e difundido. Ao longo dos anos, ela se espalhou por diversos países, conquistando adeptos de todas as idades e origens. No entanto, é fundamental que a capoeira mantenha suas raízes e continue a ser praticada de forma autêntica, transmitindo seus valores e conhecimentos às novas gerações.

A capoeira é muito mais do que um esporte ou uma arte marcial. É um símbolo de resistência, um patrimônio cultural e uma expressão da alma brasileira. Ao praticar capoeira, estamos não apenas cuidando do nosso corpo, mas também fortalecendo nossa identidade e contribuindo para a construção de um mundo mais justo e igualitário.

As principais vertentes da capoeira, são a Angola e a Regional, destacando-se por sua importância para a educação, na qual reflete sobre o papel da capoeira na formação integral do indivíduo, promovendo o desenvolvimento físico, social e emocional.

 

 

Ver links

Angola Poa: Professor Renatinho e Professor Jauri

Capoeira Angola Sabedoria Popular. Renatinho e Jauri narram as suas trajetórias até a fundação do grupo e discorrem sobre a filosofia de capoeira que o grupo preserva e sobre a ideia de tradição. Falam ainda da experiência de coordenar a roda de rua semanal em frente ao Mercado Público (Largo Glênio Peres), Porto Alegre.

Capoeira de Angola - Bahia


1 de ago. de 2024

Agosto: Um Mês de Celebrações e Reflexões.

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Agosto: Um Mês de Celebrações e Reflexões.

Agosto, mês do desgosto? Nada disso! Se olharmos para o calendário, veremos que agosto é um mês repleto de datas comemorativas que celebram a diversidade, a luta por direitos, a cultura e a solidariedade. É um convite à reflexão sobre temas importantes e uma oportunidade de celebrar conquistas e reconhecer a importância de cada indivíduo.

Começamos o mês com o Dia Nacional do Selo, uma homenagem a um pequeno objeto que carrega consigo grandes histórias. Em seguida, a Semana Mundial do Aleitamento Materno nos lembra da importância desse ato para a saúde das mães e dos bebês. E a lista segue, com datas dedicadas a profissionais de diversas áreas, como professores, advogados, artistas, psicólogos e muitos outros.

Ao longo do mês, somos convidados a refletir sobre temas como a inclusão de pessoas com deficiência, a luta contra o racismo e a importância da diversidade cultural. Celebramos o folclore, que nos conecta com nossas raízes e tradições, e homenageamos as vítimas do terrorismo e do tráfico de escravos, lembrando da importância de lutar por um mundo mais justo e igualitário.

Agosto também é um mês de celebração da juventude, dos povos indígenas e da solidariedade. É um momento para reconhecer a importância da educação, da cultura e da arte para a construção de uma sociedade mais justa e desenvolvida.

É claro que, além das datas comemorativas, agosto para muitos, também é um mês marcado por férias, viagens e momentos de lazer. Também, um período para aproveitar o sol, a praia e a companhia de amigos e familiares.

Mas, além de celebrar e aproveitar, agosto também nos convida à reflexão. É um momento para pensarmos sobre o nosso papel na sociedade, sobre os desafios que enfrentamos e sobre os nossos sonhos. É um momento para agirmos em prol de um mundo melhor.

Então, que tal aproveitarmos este mês para celebrar a vida, a diversidade e a solidariedade? Que tal usarmos as datas comemorativas como um ponto de partida para discussões importantes e para a construção de um futuro mais justo e igualitário?

Agosto é muito mais do que um simples mês do ano. É um convite à reflexão, à ação e à celebração da vida em todas as suas formas.

E você, qual dessas datas comemorativas te chama mais a atenção? Compartilhe conosco!

brasilescola

A VOZ DO POVO EM VERSOS

img via sescpe

 


A Voz do Povo em Versos.

O poeta de cordel, figura emblemática da cultura popular brasileira, é um verdadeiro artesão da palavra. Com versos rimados e métricas precisas, ele transforma a realidade em poesia, pintando em cores vibrantes as histórias e as alegrias do povo.

Nascido nas ruas e feiras do Nordeste, o cordel é uma forma de expressão que atravessa gerações, carregando consigo a sabedoria popular, a crítica social e o humor peculiar da nossa gente. O poeta, com sua voz rouca e melodiosa, declama seus versos, encantando a todos com a beleza de suas palavras e a força de suas ideias.

Seus temas são variados e abrangem desde as lendas e mitos da nossa história até os acontecimentos mais atuais da política e da sociedade. A vida no campo, o amor, a fé, a luta pela justiça social, tudo isso encontra eco nos versos do cordel. É como se o poeta fosse um espelho da alma do povo, refletindo seus anseios, seus medos e suas esperanças.

A literatura de cordel é uma forma de resistência cultural, capaz de preservar a memória de um povo e de fortalecer sua identidade. Ao transformar a oralidade em escrita, o poeta democratiza o acesso à cultura, colocando a poesia ao alcance de todos.

Mas o poeta de cordel não é apenas um contador de histórias. Ele é um artista completo, que domina a arte da improvisação e da rima. Com sua criatividade e sua sensibilidade, ele consegue transformar qualquer acontecimento em um poema inesquecível.

Em um mundo cada vez mais globalizado e padronizado, a literatura de cordel se destaca como um farol de originalidade e autenticidade. Ela nos lembra da importância de preservar nossas raízes e de valorizar a diversidade cultural.

Ao ouvir um poeta de cordel, somos transportados para um universo mágico, onde a realidade se mistura com a fantasia e a poesia nos convida a refletir sobre a vida e sobre o nosso lugar no mundo.

Que a voz do poeta de cordel continue ecoando pelo tempo, levando a alegria, a sabedoria e a beleza da nossa cultura popular para todos os cantos do Brasil.


Maiores detalhes:

Literatura de cordel

Cordel Casa Rui Barbosa



27 de jul. de 2024

Uma Crônica Olímpica

 

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Uma Crônica Olímpica: Do Antigo ao Moderno.

Corriam os tempos em que gregos e romanos se reuniam em grandes festivais para celebrar a força, a agilidade e a beleza do corpo humano. Nasciam aí os Jogos Olímpicos, um evento que transcendia as disputas e unia povos em torno de um ideal comum: a excelência.

Com o passar dos séculos, as Olimpíadas foram se apagando da memória coletiva. Mas, no final do século XIX, o barão Pierre de Coubertin, movido por um ideal de fraternidade universal, resgatou a chama olímpica e a acendeu novamente. Desde então, a cada quatro anos, o mundo se reúne para celebrar o esporte e a união entre os povos.

Ao longo da história, as Olimpíadas foram palco de momentos históricos e emocionantes. Vimos atletas superando seus limites, quebrando recordes e desafiando as leis da física. Vimos também a política se infiltrando no esporte, com boicotes e disputas ideológicas que manchavam a pureza dos jogos.

Mas, acima de tudo, as Olimpíadas sempre foram um símbolo de esperança. Um lembrete de que, apesar de nossas diferenças, somos todos capazes de nos unir em torno de um objetivo comum. É a força do esporte que nos inspira a superar obstáculos, a buscar a excelência e a celebrar a vida.

E agora, com os olhos voltados para Paris 2024, a chama olímpica continua acesa. A Cidade Luz, com sua rica história e cultura, promete ser o palco perfeito para uma nova edição dos jogos. Atletas de todo o mundo se prepararão incansavelmente para representar seus países e conquistar o tão sonhado pódio.

Mas, além das medalhas e dos recordes, as Olimpíadas de Paris serão um momento para celebrar a diversidade, a inclusão e a sustentabilidade. Será uma oportunidade para mostrar ao mundo que o esporte pode ser uma ferramenta poderosa para promover a paz e o desenvolvimento.

Em um mundo cada vez mais dividido, as Olimpíadas continuam a ser um farol de esperança. Um lembrete de que, apesar de nossas diferenças, somos todos parte de uma mesma humanidade. E é nessa união que reside a verdadeira força do esporte.

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Que os Jogos de Paris sejam um sucesso e que a chama olímpica continue a nos inspirar por muitos e muitos anos, sempre!

23 de jul. de 2024

O RACISMO PERSISTE

Käthe Kollwitz, The Mothers, 1920

 

O RACISMO PERSITE.

Detroit em Chamas: Uma Crônica dos Distúrbios de 1967.

gettyimage


Em 23 de julho de 1967, a cidade de Detroit se viu envolta em um turbilhão de violência que marcaria para sempre a história americana. Os Distúrbios de Detroit, como ficaram conhecidos, foram um dos piores motins raciais já presenciados nos Estados Unidos, deixando um saldo de 43 mortos, mais de mil feridos e milhares de edifícios destruídos.

Mais do que simples atos de vandalismo, os Distúrbios de Detroit foram a explosão de anos de frustração, ressentimento e desigualdade racial que assolavam a comunidade afro-americana da cidade. A pobreza extrema, a segregação racial, a brutalidade policial e a falta de oportunidades alimentavam um clima de tensão que, com a faísca certa, se transformaria em um incêndio.

A faísca veio na forma de uma batida policial em um bar clandestino frequentado por afro-americanos. A ação, considerada arbitrária e abusiva pela comunidade, rapidamente se espalhou pela cidade, desencadeando uma onda de protestos que logo se transformou em violência.

Durante cinco dias, Detroit se tornou um campo de batalha. Lojas foram saqueadas, prédios incendiados e confrontos entre civis e policiais se tornaram rotina. A Guarda Nacional foi chamada para conter a rebelião, mas a violência só diminuiu após a imposição de um toque de recolher forçado e a chegada de tropas federais.

Os Distúrbios de Detroit foram um choque para a nação americana. Eles expuseram as profundas feridas raciais que dividiam o país e serviram como um lembrete gritante das consequências da negligência e da injustiça social.

Mais do que um evento histórico, os Distúrbios de Detroit servem como uma lição crucial. Eles nos mostram que toda crise tem suas raízes, e que a verdadeira paz só pode ser alcançada quando as causas da desigualdade e da insatisfação forem seriamente abordadas.

A história dos Distúrbios de Detroit é um chamado à ação. É um convite para que construamos uma sociedade mais justa e equitativa, onde todos tenham a oportunidade de prosperar, independentemente de sua raça ou origem social.

Somente através do diálogo, da compreensão e da busca por soluções conjuntas poderemos evitar que tragédias como essa se repitam. A chama de Detroit serve como um farol de alerta, mas também como um símbolo de esperança. Ela nos lembra que o futuro está em nossas mãos, e que cabe a nós construir um mundo onde a violência e a injustiça não tenham lugar.

Diversos eventos semelhantes aos Distúrbios de Detroit de 1967 ocorreram nos Estados Unidos após essa data. Alguns dos mais notáveis incluem:

britannica.com


1968: Revoltas em várias cidades, incluindo Los Angeles, Chicago, Washington D.C. e Memphis, em resposta ao assassinato de Martin Luther King Jr.

1992: Motins em Los Angeles após a absolvição de quatro policiais brancos que espancaram brutalmente Rodney King, um homem negro.

en.wikipedia.org

2014: Protestos em Ferguson, Missouri, após a morte de Michael Brown, um adolescente negro desarmado, pelas mãos de um policial branco.

2020: Protestos em todo o país em resposta à morte de George Floyd, um homem negro morto por asfixia sob o joelho de um policial branco em Minneapolis, Minnesota.

brookings.edu

É importante notar que esses eventos, embora compartilhem algumas semelhanças com os Distúrbios de Detroit, também tiveram suas próprias causas e contextos específicos. No entanto, todos eles servem como lembretes poderosos das tensões raciais persistentes nos Estados Unidos e da necessidade contínua de lutar por justiça e igualdade. 

Além desses eventos mais amplos, muitos outros distúrbios e protestos menores ocorreram ao longo dos anos em comunidades de todo o país. Esses eventos frequentemente são desencadeados por incidentes de brutalidade policial, discriminação racial ou outras formas de injustiça social.

Embora os Distúrbios de Detroit de 1967 tenham sido um evento trágico, eles também serviram como um catalisador para mudanças positivas. As agitações levaram a reformas importantes nas áreas de direitos civis, policiamento e políticas sociais. No entanto, ainda há muito trabalho a ser feito para alcançar a verdadeira justiça racial nos Estados Unidos. 

img Latuff


O Brasil também tem uma longa história de motins, revoltas e rebeliões, desde os tempos coloniais até os dias de hoje. Estes eventos, muitas vezes motivados por desigualdades sociais, pobreza, falta de oportunidades e insatisfação com o governo, revelam as tensões e conflitos que marcaram a sociedade brasileira ao longo do tempo.

As causas são multifacetadas, variando de acordo com o contexto histórico, social e econômico de cada época, mas sobretudo pelo aspecto do racismo em si, e que tiveram um impacto significativo na sociedade brasileira, levando a mudanças políticas, sociais e econômicas no país.

A análise dos motins e revoltas nos permite compreender melhor as desigualdades e conflitos que persistem na sociedade brasileira até hoje, e assim, buscar soluções para a construção de um país mais justo e igualitário.

A luta por igualdade é uma luta contínua, e é importante que continuemos a nos manifestar contra a injustiça e a trabalhar por uma sociedade mais justa e equitativa para todos.